Um dia, o Palhaço-mor

Por pouco mais de uma década fui um dos "desprovidos de consciência política" (aqui).
Estudei, participei, militei por ideologia, de coração, não por partidarismo. Sabia das artimanhas da então situação direitista e a acusava. Da forma como um império econômico levava o planeta. Educadamente tentei esclarecer a quem quer que permitisse ouvir, quem não era cabeça dura de opinião formada (por imagem marketeira).
Mas o buraco abriu-se bem antes da transição de governos: a ideologia passou por maquiagem até que então vestiu a roupa toda. Daí disse que em certa idade a gente toma razão das coisas [, de que política é a ciência do Poder] e que é bom deixar para juventude esse movimento [de que política é ciência do Estado], como um impulso juvenil.
É fácil perceber, desde que tenha informações racionalmente organizadas, que escandalos como os que estão vindo a tona sempre existiram. Vieram como forma de desestabilizar quem está no Poder. Uma forma de sacrifício, mas que resguarda cuidadosamente os líderes hoje oposicionistas.
Hoje, ficou tudo cinza para mim. Ideologia política não muda mais nada. As industrias é que mantém os países. Comunismo nunca existiu. O pouco que existiu do Socialismo foi absorvido e seco. Disse Churchill: "A desvantagem do capitalismo é a desigual distribuição das riquezas; a vantagem do socialismo é a igual distribuição das misérias."
Mas fico contente ao ver que algumas poucas pessoas já conversam, lêem e ouvem antes de falar, são também "desprovidos de consciência política". Pensam antes de absorver publicidade política e matérias financiadas.
Salvo bem poucos da boa esquerda. Porque o resto, do Poder, meu caro Brasil, que afundem em sífilis.